De acordo com pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma), o Brasil é o segundo país do mundo com o maior número de casos de síndrome de burnout, atingindo 30% dos brasileiros, atrás apenas do Japão, onde alguns dados mostram que até 70% dos japoneses passam por esse processo de trauma. É comum confundir burnout com estresse pela semelhança das reações, no entanto, há diferenças consideráveis, a começar que burnout é uma doença ocupacional.
Nesta matéria, quem explica os sintomas, como identificá-los e preveni-los é o Dr. Kayo Barboza, psiquiatra da Holiste Psiquiatria e instrutor de mindfulness, palavra que vem do latim “meditare” e significa desligar-se do mundo externo e voltar-se para dentro, para o seu próprio centro.
Burnout e estresse
Burnout é um tipo de estresse e as reações são as mesmas, tanto fisiológicas, psíquicas e relacionais. “Uma das diferenças é que no caso do burnout, o estresse é causado por uma sequência de experiências vivenciadas no ambiente de trabalho. Tanto que o burnout também é conhecido como a síndrome de esgotamento profissional”, afirma.
Quando o estresse é normal?
O estresse é uma resposta do nosso corpo, uma defesa diante de uma situação que impõe risco ou demanda uma reação mais intempestiva ou mais rápida, o que inclusive garantiu a nossa evolução como espécie. Mas até que ponto ele é considerado normal?
“O hormônio do estresse é o cortisol. Quando ele aumenta, funciona como um sistema de alerta para todo o corpo, para que ele se prepare para essa situação. Passado o pico de estresse, o cortisol volta à normalidade em um período de minutos ou no máximo em horas”, esclarece o Dr. Kayo.
Quando se torna um problema
É exatamente quando o cortisol continua alto o tempo todo e ele traz uma série de prejuízos para o nosso corpo. “Por ser um hormônio altamente inflamatório, ele gera consequências físicas, psíquicas e relacionais, por dias, semanas, meses e até anos, e se torna problemático”.
Sintomas
Agora, vamos explicar quais são os sintomas psíquico, físico e relacional, os alertas de que talvez o colaborador esteja passando por um processo de burnout:
– Psíquico: Por um aumento de demanda de trabalho, uma situação de assédio ou conflitos, a pessoa pode gerar sintomas psíquicos ou de tristeza, angústia, ansiedade, sentimento de culpa, falta de perspectiva, de esperança e de prazer pelo que faz.
– Físico: Os sintomas mais comuns são cansaço, alteração do padrão do sono, dores persistentes e crônicas, o que causa prejuízos na nossa produção e funcionalidade.
– Relacional: É a mudança de comportamento, como o isolamento social. O indivíduo passa a ter um comportamento mais intempestivo, uma irritabilidade muito grande nas relações, falta de paciência e acaba brigando mais com as pessoas e criando mais conflitos.